sexta-feira, 3 de julho de 2009

BREVE APRESENTAÇÃO DO PROJECTO MICRO-UTÓPICO

Fig.1 - Eusébio Almeida, Performance, 2008,
Colecção do Museu das Micro-utopias

Depois da falência declarada dos chamados grandes sistemas teóricos com pretensões de explicação absoluta da realidade(s), e das inúmeras crises de sentido operadas pelos mais variados autores. Depois da alegre sensação de que todos ou quase todos os fundamentos teóricos ruíram (a perda generalizada dos fundamentos), ou de que todos ou quase todos os projectos ideológicos falharam. Depois dos múltiplos escombros deixados pelas «filosofias da suspeita» (Marx, Nietzsche, Freud, Heidegger, etc) e da enorme frustração dos seus eternos seguidores, agora, completamente desorientados e desiludidos com as inúmeras filosofias idealistas e tecnicistas do progresso. Depois de todas estas fragilidades do conhecimento e do «empobrecimento da experiência» moderna (W. Benjamin), afinal, o que é que nos resta?

O que é que nos resta?
Resta-nos, certamente, como diria Lyotard «começar a interromper o terror teórico», ou seja, agora a nossa grande tarefa é começar a «destruir toda a teoria», o que só pode acontecer sob a forma das mais inquietantes paranóias contemporâneas. O que significa, na prática, acreditar nas múltiplas possibilidades do impossível ainda acontecer, agora sob o efeito das mais perversas micro-utopias criativas (humor, brincadeira, gozo, escrita criativa, micro-revoluções, acções pós-traumáticas, imagens deambulatórias, performances esquizofrénicas, instalações anti-corrupção, espreguiçadeiras eléctricas, orgias comunitárias, desrazões filosóficas, terapias hedonistas, poesias libertárias, orgasmos literários, gerras virtuais, fluxos carnais, etc, etc, etc). Tudo isto em nome da liberdade pessoal e do desejo de ser eterno.

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